A constante procura de jovens por questões de namoros e relacionamentos, sob a luz da DOUTRINA TRADICIONAL da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, nos levaram a criar este Blog. Embora o título do Blog seja JOVENS E NAMOROS, ele se destina a todas as pessoas, sejam JOVENS OU ADULTOS. Que Nossa Senhora nos ajude a levar orientação a todos os que procuram uma vida santa e de conformidade com os mandamentos da Lei de Deus e da Santa Igreja.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Três letras

Se refletirmos intimamente, o problema que mutuamente levantam o noivo e a noiva com a palavra "queres?", é profundamente inquietante. O coração deveria estremecer. Com as três letras do "sim", duas vidas humanas ficam ligadas até à morte, até à eternidade. É grande o sacrifício da entrega! Cada um deles lança o seu coração, com tudo o que possui de peculiar e pessoal, na fornalha do amor do outro, e dessa união nasce um novo metal, o amor conjugal, coroado pelo sacrifício.
  
... Quando se pronuncia o "sim", juntam-se as duas almas numa só, com uma rapidez e firmeza maior que a que poderia ter a união de dois corpos. Como diz o provérbio húngaro: "Duas almas e um pensamento e um só latejo".

 Há no matrimônio três bens que, segundo Santo Agostinho, o tornam intimamente valioso: a fidelidade, os filhos e o sacramento. A fidelidade contrói um muro sagrado para que o olhar e os impulsos do coração não possa, seguir outro homem ou outra mulher. O filho exige que seja recebido com amor, educado com diligência e instruído na fé. O sacramento é o guardião da indissolubilidade, já que o vínculo matrimonial foi constituído perante Deus.
  
A beleza e a fortuna não são, porém, bens essenciais ao matrimônio, "porque a beleza passa e os encantos se desvanecem", e porque "as casas e os reinos são dados pelos pais, mas uma mulher prudente só é dada por Deus". O patriarca Isaac teve o cuidado de procurar na sua futura esposa, não beleza e riqueza mas virtude e prudência. O mais importante no matrimônio é a fé! Muito expressivamente dizia, uma vez, um velho sacerdote: "Quando os rapazes procuram uma mulher, só procuram o tesouro do seu coração e depois de o encontrarem lançam-se avidamente em busca do tesouro material. Ao princípio, perguntam se a rapariga tem bom coração, mas depois só se interessam pelos seus bens".
  
O matrimônio como todas as coisas do mundo, foi corrompido pelo pecado e já deixou de ser a união de dois corações até à morte. A cupidez e a infidelidade dos homens quebraram o precioso cálice de Deus. No entanto, com a vinda de Cristo Nosso Senhor, o matrimônio foi restituído à sua primitiva beleza e não foi apenas restaurado tal como antes era: Cristo elevou-o até Si e o colocou junto do Seu coração redentor, ao fazer dele um sacramento. Desde então, o matrimônio está imerso no mistério de Cristo e ele próprio se tornou um mistério sagrado, já que os esposos devem amar-se mutuamente tal como Cristo amou a Sua Igreja, até dar por ela a última gota do Seu sangue. E também a mulher deve obedecer e estar submetida ao marido, como a Igreja o está a Cristo.
  
(A mãe, pelo Cardeal Mindszenty, editora Aster, LDA; Lisboa, 3ª Edição; Título original húngaro: Az Édezanya, versão da edição alemã: Die Mutter, tradução de Rui de Sant'elmo)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Aniversário de Casamento: As Bodas

1 ano de casamento : bodas de papel
2 anos de casamento: bodas de algodão
3 anos de casamento: bodas de couro
4 anos de casamento: bodas de seda
5 anos de casamento: bodas de madeira
6 anos de casamento: bodas de ferro
7 anos de casamento: bodas de latão
8 anos de casamento: bodas de cobre
9 anos de casamento: bodas de bronze
10 anos de casamento: bodas de estanho
11 anos de casamento: bodas de aço
12 anos de casamento: bodas de flores
13 anos de casamento: bodas de renda
14 anos de casamento: bodas de marfim
15 anos de casamento: bodas de cristal
20 anos de casamento: bodas de porcelana
25 anos de casamento: bodas de prata
30 anos de casamento: bodas de pérola
35 anos de casamento: bodas de coral
40 anos de casamento: bodas de rubi
45 anos de casamento: bodas de safira
50 anos de casamento: bodas de ouro
55 anos de casamento: bodas de ametista
60 anos de casamento: bodas de esmeralda
70 anos de casamento: bodas de diamante
80 anos de casamento: bodas de carvalho

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Namoro Católico (ensinado pelo Pe. Lodi)

O Namoro Católico

Por Pe. Lodi da Cruz
O namoro é o período em que o rapaz e a moça procuram conhecer-se em preparação para o matrimônio.
No matrimônio homem e mulher doam seus corpos, constituem uma só carne e tornam-se instrumentos de Deus na geração de novas vidas humanas.
Mas antes de doar os corpos é preciso doar as almas. No namoro os jovens procuram conhecer, não o corpo do outro, mas sua alma.
Os namorados não podem ter relações sexuais, pois o corpo do outro ainda não lhes pertence. Unir-se ao corpo alheio antes do casamento (fornicação) é um pecado contra a justiça, algo como um roubo.
E como nosso corpo é templo do Espírito Santo (1Cor 6,19) a profanação de nosso corpo é algo semelhante a um sacrilégio.
Não sabeis que sois um templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá . Pois o templo de Deus é santo e esse templo sois vós” (1Cor 3,16-17).
Porém não é apenas a fornicação que é pecado, mas também tudo o que provoca desejo da fornicação, como abraços e beijos que, muitíssimo mais que constituírem expressões de afeto, despertam, alimentam e exacerbam o desejo físico.
Aliás, é possível profanar o templo do nosso corpo até por um pensamento: “Todo aquele que olha para uma mulher com mau desejo já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mt 5,28).
Durante o namoro deve-se evitar o contato físico desnecessário. O contato entre os corpos (beijos e abraços), além de causar o desejo de fornicação , obscurece a razão. O próprio beijo na boca ou de novela já constitui uma entrega física, que, se acidentalmente pode não se consumar, no entanto a prepara ou apressa. Vale aqui lembrar a advertência de Cristo: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação. O espírito é pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41).
O prazer da excitação dos sentidos, além disso, torna os jovens incapazes de perceber a beleza da alma do outro. O namoro assim deixa de ser uma ocasião de amar para ser uma ocasião de egoísmo a dois, cada um desejando sugar do outro o máximo de prazer.
Como Namorar
Sendo o namoro o encontro de dois templos sagrados que desejam conhecer-se e amar-se interiormente, os namorados deveriam agir à semelhança de um rito litúrgico:
Rezar antes e depois do namoro;
Namorar apenas em lugar visivel, para evitar ocasião de pecar. Nada há para esconder;
Durante  namoro evitar ir além de conversar e dar as mãos;
Ter sempre em mente: "Eu estou diante de um templo sagrado. Ai de mim se eu profanar este templo até por um pensamento".
E se o outro não aceitar namorar cristãmente?
É preciso renunciar ao namorado (à namorada).
Aquele que ama pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim. E aquele que ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10,37).
E Jesus poderia acrescentar :
Aquele que ama o namorado ou a namorada mais do que a mim não é digno de mim“.
Para conservar a graça que Cristo nos conquistou com o preço de seu sangue, devemos renunciar até à própria vida .
Mas há um consolo. Se outro não aceitar namorar senão através de beijos e abraços escandalosos, na verdade ele não ama você, mas deseja gozar do prazer que você pode oferecer. O verdadeiro amor sabe esperar.
É preciso ser diferente de todo o mundo?
Sim. O cristão deve ser sal da terra (Mt 5,13), luz do mundo (Mt 5,14), fermento na massa (Mt 13,33).
Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir a qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito” (Rm 12,2)
A alegria da pureza
Aquele que procura o prazer, encontra o prazer. Mas depois vem o vazio, o remorso de consciência e a tristeza.
Aquele que se abstém do prazer por amor encontra a alegria . Os puros de coração são capazes desde já de conhecer as coisas de Deus muito melhor do que os outros. A pureza se expressa no olhar. Ao olharmos para os olhos de uma pessoa pura, vemos algo de Deus em sua alma.
Se os que buscam o prazer na impureza conhecessem a alegria da pureza, desejariam ser puros mesmo que fosse por egoísmo . A alegria da pureza está acima do prazer da impureza assim como o céu está acima da terra. Experimente e diga-me se não é assim.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Oração para antes do namoro
Senhor,
Estou aqui diante de um templo santo onde vós habitais. Amo-vos presente neste templo e prefiro morrer a profanar este santuário mesmo por um pensamento.
Fazei que com este namoro eu aprenda a amar a vós presente no outro e assim descubra se foi este (esta) quem escolhestes para estar ao meu lado por toda a minha vida.
São Rafael Arcanjo, que conduzistes Tobias a Sara e lhes ensinastes a pureza do coração, fazei-nos namorar de tal modo que os anjos possam estar presentes e glorificar a Deus conosco .
Virgem puríssima, dai-nos a pureza do vosso Imaculado Coração.
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Depois do namoro
Convém fazer um exame de consciência:
“Estou agora amando a Deus mais do que antes?”

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Amor Cristão e Amor Romântico


Tenho feito algumas postagens sobre a caridade cristã, que também pode ser chamada de amor ao próximo. No entanto tais postagens têm causado equívocos no entendimento de alguns e pedido de esclarecimentos de outros. Esclareço desde já que estou preparando uma matéria mais completa sobre esse assunto, Mas por ora, para que seja esclarecido o verdadeiro sentido do amor ou caridade, me vejo na obrigação de fazer esta postagem complementar.

No mundo em que vivemos, totalmente inseridos nas doutrinas filosóficas do romantismo, falar em amor pode ser perigoso. Pois se a finalidade do Blog é levar as almas para o céu, sendo mal interpretado pode acabar levando nossos irmãos e irmãs para uma visão romântica de Deus e da Igreja.

Cabe salientar desde já que muita gente chama de romântico, o ato de oferecer flores, ser poético, etc. Esses atos, mais apropriadamente devem ser chamados de atos carinhosos. Com a crise moral e religiosa que se abatia sobre o homem de outrora que cada vez mais se afastava de Deus, acarretou, no final do século XVIII, o surgimento uma doutrina nova doutrina filosófica chamada Romantismo. Essa doutrina filosófica colocou o “próprio homem” com sendo o centro do universo. Podemos resumir assim: “O que importa não é mais Deus e se eu levo uma vida de virtudes e pecados, mas o que importa é: “eu mesmo” se eu estou sofrendo, se eu estou amando e sendo amado, se eu vivo feliz olhando e sorrindo. Por outro lado o Romantismo tem um lado triste: a cultura do sentimento, do sentimentalismo e do sofrimento. O poetas viviam sofrendo de amor...
Deus não é Romântico, nem a Igreja é.
Amor é um ato sublime da caridade cristã.
O amor romântico é totalmente oposto do amor católico.
O amor romântico é uma corruptela do verdadeiro amor.

Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. [...] Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.
(Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo)

O verdadeiro e maior amor é o que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou, morrendo na Cruz por nós. Esquecer de si próprio por amor ao seu irmão é bem diferente do amor romântico que tem o “eu” com principal personagem.

Mas então cabe uma pergunta que certamente todos irão estar fazendo nessa hora:

E o amor entre homem e mulher? Como fica esse amor sem o romantismo?
Resposta: Sem o romantismo fica AMOR SANTO, fica AMOR CRISTÃO, onde os namorados sabem de suas obrigações e trabalham para construir sua família sólida sobre os princípios cristãos, não sobre os princípios “moles” do romantismo. Dar uma flor é um ato de carinho. Demonstrar carinho é um ato de caridade cristã ou amor cristão.
O cristão romântico vê Deus como “um poço de Bondade”... Não castiga ninguém, não pune ninguém... é só amor. Daí temos que o romantismo deturpou até a noção verdadeira do que é ser católico, chegando a fazer alguns católicos superficiais a negar a própria existência do inferno – que é dogma de fé.
Deus não é romântico. Jamais se encontrou na doutrina católica princípios românticos.
O romantismo tira do cristão a vontade de lutar, pois para ele o amor conquista tudo. Tudo é o amor. O amor resolve tudo. Leva o cristão à “moleza” de alma e tira-lhe as forças inclusive para resistir e lutar contra as tentações.

Muitas vezes as pessoas lêem a Epístola de São Paulo I aos Corintios Corínthios, 13, e ficam sonhando com o amor... São Paulo, quando escreveu essa belíssima epístola, não estava falando de amor de homem e mulher e nem a escreveu para que servisse de tema para os apaixonados românticos. São Paulo fala da caridade cristã pelo qual todos devemos amar o nosso próximo.

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, que é verdadeiro homem e verdadeiro Deus, jamais deixou de amar ao próximo, e nem por isso deixou de chicotear os vendilhões do templo, bem como chamou os fariseus de “raça de víboras”.

Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura? (São Mateus 3,7)

Raça de víboras, maus como sois, como podeis dizer coisas boas? Porque a boca fala do que lhe transborda do coração. (São Mateus 12,34)

Serpentes! Raça de víboras! Como escapareis ao castigo do inferno? (São Mateus 23,33)

Dizia, pois, ao povo que vinha para ser batizado por ele: Raça de víboras! Quem vos ensinou a fugir da ira iminente? (São Lucas 3,7)

Imagino o que passará pelo coração dos românticos que pensam que Deus é só Amor, essas passagens bíblicas. Deus é Amor (não romântico), mas também é Justiça e Sabedoria.

Sendo assim e esclarecidas as questões que me pediram, agora sim passo a citar a Epístola de São Paulo:
Epístola I aos Corínthios, 13:1-11(versão Ave Maria)

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.
Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o
meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!
A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante.
Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.
A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.
Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.
Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade.

Texto do Blog Almas Castelos:
http://almascastelos.blogspot.com/2010/10/amor-cristao-amor-romantico.html

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Matrinônio


O matrimônio é a união do sexo forte e do sexo frágil, união indissolúvel, para um como para outro, enquanto viverem. A este jugo vão inseparavelmente unidos, graves deveres e, entre outros, aqueles que consitui um dos fins do matrimônio, a saber: o auxílio mútuo dos cônjuges, nas dificuldades da vida.

Ora, onde quer que haja uma pessoa humana, haverá forçosamente defeitos e imperfeições e, originam-se os maus hábitos, os maus modos, as faltas e quedas, diferentes em cada um dos cônjuges; daí o mal estar, o desgosto, o aborrecimento e as misérias todas do esposos, obrigados a viverem juntos toda a vida; daí, enfim, o encontro de palavras ásperas, de discussões acaloradas, de cenas muitíssimo desagradáveis que revolucionam o lar e acabam, frequentemente, com a ruína do mesmo, se, em tempo, esses defeitos não forem energicamente refreados. E então ai, dos fracos, que são, em geral, e com raras exceções, a mulher e os filhos.

Para remediar às tristes consequências da vida em comum, é que Jesus Cristo concede Suas graças aos casados, no Sacramento do matrimônio, afim de que possam viver em paz, suportando-se mutuamente e cumprindo cada qual os seus deveres, sob as vistas de Deus.

É ainda por esse motivo que o Apóstolo declara que o matrimônio simboliza a união de Jesus Cristo e Sua Igreja. Com efeito, Jesus Cristo consagra à Igreja um afeto sem limites e esta por sua vez, submete-se-Lhe dócil e inteiramente.

"Maridos, diz ainda o Apóstolo, amai as vossas esposas como Jesus Cristo ama a Sua Igreja e por ela Se sacrifica. O marido ame a sua mulher como a si mesmo e a mulher reverencie o seu marido".

Examinemos mais de perto como se manifesta o amor, a dedicação e a solicitude de Nosso Senhor por Sua Igreja e da Igreja por Ele e, desse exame, tirarão os esposos cristãos sublimes ensinamentos.

Jesus Cristo é o chefe da Igreja, a cabeça do corpo, em íntima união com os fiéis. O marido é a cabeça da mulher formando um só com ela, una caro.

Jesus ama a Sua Igreja com tais extremos de amor que, por ela, sacrificou a vida; por sua vez a Igreja obedece-Lhe em tudo, com respeitosa submissão, Lhe está sujeita. A mulher deve obediência ao marido, em tudo quanto este, razoavelmente, exigir.

Jesus Cristo não pertence senão a uma Igreja a Sua. O marido não pode pertencer senão à Sua esposa, àquela que escolheu e aceitou livremente, diante dos altares.

A Igreja não pertence senão a Jesus Cristo e a esposa só do seu marido deve ser.

A Igreja repele, com indignação, qualquer intruso que lhe venha exigir o sacrifício dos seus deveres; daí, a sua intolerância com os cismas e heresias. A mulher deve, sem piedade e sem consideração alguma, repelir qualquer infame, que pretenda ocupar o lugar do marido ou usurpar-lhe os direitos.

Jesus Cristo permanece com Sua Igreja até a consumação dos séculos e esta com Jesus Cristo. Os esposos devem permanecer um ao lado do outro, enquanto viverem. Jesus Cristo governa a Igreja, protege-a, defende-a, sustenta-a e lhe consagra toda a sua existência; por ela sofreu e morreu. O marido deve dirigir a mulher com os conselhos que o amor e o afeto lhe inspirarem; deve consolá-la, protegê-la, defendê-la, ser-lhe devotado, sempre pronto a qualquer sacrificio razoável.

A Igreja ama ternamente a Jesus Cristo e Lhe é inteiramente devotada, consola-O e se torna digna de Suas mais delicadas atenções, sempre ocupada em Sua honra e glória, em torná-lO cada vez mais conhecido e amado de todos. A mulher deve ser previdente, dedicada ao marido, sempre afável, procurando agradar-lhe, consolá-lo, merecer-lhe, enfim, o afeto; deve ser a sua alegria e felicidade.

Quando Jesus Cristo é perseguido e ultrajado a Igreja sofre com Ele.

Quando o marido sofre qualquer que seja a causa, a mulher deve partilhar de seus padecimentos.

Quando a Igreja está aflita, Jesus Cristo toma parte em suas angústias. Quando a mulher sofre, o marido não deve mostrar-se-lhe indiferente, mas dá-lhe provas de que toma parte em suas dores.
Jesus Cristo e a Sua Igreja têm as mesmas aspirações, os mesmos desígnios e projetos. Na união conjugal, os esposos devem esforçar-se por ter as mesmas aspirações, os mesmos desígnios, para a felicidade temporal e eterna de ambos.

Jesus Cristo e a Igreja usam dos mesmos meios para a formação de Seus filhos; sempre no mais perfeito acordo, dão-lhes a vida da graça, educam-nos, formam-nos, fortificam-nos e assistem-nos até a morte, na mais perfeita união de vistas. Os pais cristãos de mãos dadas, devem dar a seus filhos uma educação francamente cristã, acompanhá-los e guiá-los na mocidade com seus conselhos desinteressados, protegê-los até a morte.

Jesus Cristo e a Igreja trabalham incessantemente para o aumento dos fiéis. Os esposos cristãos, se não quiserem atrair sobre si a cólera divina, nunca hão de pôr obstáculos à procriação de uma família numerosa, destruíndo a vida em seu gérmen.

É assim que Jesus Cristo, o mais carinhoso dos pais e a santa Igreja, a mais afetuosa das mães, traçam, aos esposos e pais, o caminho a seguir, no cumprimento dos deveres e obrigações no matrimônio. Inspirem-se, pois, sempre e em todas as circunstâncias, neste divino modelo, para que, na hora da morte, possam deixar a sua posteridade um rico patrimônio de virtudes cristãs.

Ah! como é digno de todo o respeito o matrimônio assim compreendido:
"Honorabile connubium in omnibus".

É por perderem de vista o modelo que a Igreja lhes propõe, que os cristãos não encontram no lar aquela amizade afetuosa que a vida em comum exige...

(Excertos do livro: As desavenças no lar, J.Nysten, edição de 1927)

artigo do blog: