A constante procura de jovens por questões de namoros e relacionamentos, sob a luz da DOUTRINA TRADICIONAL da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, nos levaram a criar este Blog. Embora o título do Blog seja JOVENS E NAMOROS, ele se destina a todas as pessoas, sejam JOVENS OU ADULTOS. Que Nossa Senhora nos ajude a levar orientação a todos os que procuram uma vida santa e de conformidade com os mandamentos da Lei de Deus e da Santa Igreja.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Minha Vida Querida ou Ti-long-li

Eu estava procurando alguma coisa sobre o amor entre jovens casais, e achei esta lenda hindú. É apenas uma lenda, mas muito interessante. Ti-long-li, em hindu quer dizer: Minha vida querida. A ilustração é de Gustave Doree.

Conta um velho sábio que há muitos anos, pelos confins da Índia morava um jovem casal, recém casados, na mais perfeita alegria.

A jovem era bonita e sabia bem os serviços do lar.

O jovem, muito esforçado e dedicado, trabalhava na agricultura de arroz.

Como presente de tal união feliz, o jovem casal foi recompensado com um filho. Esse filho era forte, bonito e alegre. Era a felicidade do casal.

Certa vez, ao sair de madrugada para o trabalho, o jovem marido sentiu uma brisa diferente e fria demais... Olhou para o céu e viu que a noite estava tranqüila... Então, pôs-se a caminhar pelas colinas da região. De repente um susto enorme. O frio gelou-lhe o coração. Uma criatura terrível tinha lhe aparecido com o seu aspecto fatal e temível: A MORTE.

Ninguém podia olhar para tal criatura sem sentir um pavor sem limites.
E tremendo de medo o jovem marido indagou:

- Onde vais, óh cruel e terrível MORTE ?

E a morte lhe respondeu:

- Para sua casa. É chegada a hora de eu levar a sua mulher.

O jovem marido empalideceu. Lembrou num só momento de todos os momentos felizes que havia passado com sua esposa. A idéia de ter que perde-la era insuportável. Ele a amava demais para tal perda. Então disse para a MORTE:

- Óh, MORTE terrível... Quantos anos restam de minha vida ?

- A você restam 40 anos de vida. - respondeu-lhe a MORTE.

Então, o jovem marido disse-lhe novamente:

- Quero fazer um trato contigo. Dou vinte anos de minha vida à minha esposa. Assim viveremos juntos e na mais perfeita felicidade os vinte anos juntos. Quando ela morrer, morrerei também.

A MORTE aceitou o trato do jovem marido e se retirou. No mesmo instante, aquele vento gélido que envolvia a madrugada cessou. O sol começou a raiar no horizonte e o dia clareou.

Contente com o fato de ter livrado sua mulher da morte, o jovem marido foi trabalhar contente.

Daquele dia em diante o jovem marido passou a chamar sua jovem esposa de Ti-long-li, que em hindu quer dizer MINHA VIDA QUERIDA, pois agora ela era realmente a vida que ele tinha dado a ela.

E assim, passou o tempo e ambos viveram na mais perfeita harmonia, até que depois de três anos o seu filho foi acometido de uma doença grave. Doía-lhe o peito, a cabeça e a febre era constante. O jovem casal não sabia mais o que fazer para recuperar a saúde do menino. E isso lhes traziam um sofrimento sem igual.

Repentinamente e sem qualquer explicação aparente, o menino começou a melhorar de saúde. Foi nesta madrugada que o jovem marido não podendo conter-se em felicidade, saiu para trabalhar cantando uma antiga canção hindu.

Já estava no meio do caminho quando de repente... aquela terrível brisa gélida... O jovem olha para os lados e encontra novamente a inoportuna: A MORTE.
Grita-lhe então o jovem marido:

- Óh, MORTE cruel e medonha... Qual casa terá a infeliz visita de sua presença?

- Vou na sua casa. - responde-lhe a MORTE.

- Mas meu filho já está se curando de sua doença... por favor não leve ele, pois é a nossa felicidade. - implorou-lhe o jovem pai.

- Não é seu filho que venho buscar, mas sua mulher. - respondeu-lhe a MORTE.

O jovem ficou furioso... e gritou inconformado:

- Óh, MORTE tratante... tu és infiel à promessa que faz... És traidora e indigna de confiança. Não fizemos um trato ? Eu e minha esposa Ti-long-li (minha vida querida) não viveremos vinte anos ? Como podes agora, óh MORTE terrível, descumprir nosso trato e eu perder minha esposa Ti-long-li (minha vida querida) ?

Então a MORTE lhe respondeu:

- Eu vinha buscar teu filho, em razão da grave doença que tinha, porém ao chegar na sua casa, tua mulher chorou e implorou que eu não o levasse. A doença era muito grave, seu filho não tinha cura... E com isso não iria escapar de minha visita. A sua mulher desesperada resolveu então dar ao seu filho os anos que restavam de sua vida. Você deu à sua mulher metade dos anos que lhe restavam, porém a sua mulher deu ao seu filho todos os anos de sua vida. Assim o seu filho melhorou de saúde e viverá, mas sua mulher dando todos os anos de vida que lhe restavam terá que partir comigo. Você deu à sua mulher apenas a metade de sua vida, a sua mulher deu ao seu filho a vida inteira.

Autor: Malba Tahan

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O amor conjugal — divórcio e sentimentalismo




Meu grande amigo Jorge, do Blog Almas Castelos, certa vez escreveu uma postagem sobre o romantismo. Achei que a matéria seria de grande interesse, pois estamos imergidos neste mundo materialista e todo sentimental, e a compreensão do texto poderia solucionar vários problemas que eventualmente poderiam surgir do entendimento sobre o que é realmente amor. Com a devida permissão, fiz esta postagem no meu blog também:
http://jovensenamoros.blogspot.com/2010/11/amor-cristao-e-amor-romantico.html

Hoje, veio parar em minhas mãos um livro muito interessante chamado “À procura de Almas com Alma”. Encontrei nesse livro um texto que me levou a transcrevê-lo, pois analisa de forma profunda a questão do sentimentalismo. Vejamos:

Quem vê passar, em seu carro de cor risonha, o jovem – ou a jovem – desta era de lepidez, esporte e vitaminas, não achará que estamos a léguas do sentimentalismo?

O jovem é robusto, alegre, parece bem instalado na vida, cheio de senso prático e do desejo de vencer. A jovem é desembaraçada, empreendedora, utilitária, muitas vezes ardida. Também ela está alegre, sente-se bem, e quer “aproveitar” a existência.

Que há nela de comum com a dama de gênero lacrimejante que comovia nossos avós?
Mas, a despeito de todo o utilitarismo, o terreno reservado ao sentimento continua muito considerável. E, se analisarmos este “sentimento”, veremos que ele não é senão uma adaptação muito superficial dos velhos temas sentimentais.

A questão da estabilidade do convívio conjugal depende de saber até que ponto o interesse ou o sentimentalismo podem levar os cônjuges a se suportar mutuamente.
O sentimentalismo é essencialmente frívolo. Ele não perdoa trivialidades. De sorte que — para ir à carne viva da realidade é preciso exemplificar — um modo ridículo de roncar durante o sono, o mau hálito, qualquer outra pequena miséria humana enfim, pode matar inapelavelmente um sentimento romântico que resistiria às mais graves razões de queixa.

Ora, a vida quotidiana é um tecido de trivialidades, e não há pessoa que no convívio íntimo não as tenha mais ou menos difíceis de suportar. E como o sentimentalismo, por essência e por definição, é todo feito de ilusões, de afetos descontrolados e hipotéticos, por pessoas que só seriam possíveis no mundo das quimeras, a conseqüência é que em pouco tempo os sentimentos, que eram a única base psicológica da estabilidade do convívio conjugal, se desfazem.

Uma pessoa nestas condições não desce ao fundo das coisas, não percebe o que há de substancialmente irrealizável em seus anelos, e julga pura e simplesmente que se enganou.
Entende ela, pois, que ainda pode encontrar em outrem a felicidade que o casamento não lhe deu.

De onde o divórcio lhe parecer absolutamente tão necessário quanto o ar, o pão ou a água. Em última análise, sentimentalismo é apenas egoísmo.

O sentimental não procura senão sua própria felicidade, e só concebe o amor na medida em que o “outro” seja instrumento adequado a torná-lo feliz.

Sobre o egoísmo nada se constrói... a família, menos ainda do que qualquer coisa.
É preciso pois mostrar a substancial diferença que vai da caridade cristã, toda feita de sobrenatural, de bom senso, de equilíbrio de alma, de triunfo sobre os desregramentos da imaginação e dos sentidos, toda feita de piedade e de ascese enfim, para o amor sensual, egoístico, feito de descontroles, de sentimentalismo romântico ainda tão em voga.

Enquanto a concepção sentimental influenciar implícita ou explicitamente a mentalidade dos nubentes, todo o casamento será precário. Pois terá sido construído sobre o terreno essencialmente pegajoso, movediço, vulcânico, do egoísmo humano.

(Coleção “Canticum Novum” À procura de Almas com Alma – Excertos do
pensamento de Plínio Corrêa de Oliveira – recolhidos por Leo Daniele)

(desconheço o autor da pintura a óleo, mérito de Toucan Art
http://static.toucanart.com/pt/products/6217/)